
Por Camila Mazzanti
Somos comumente expostos ao estresse e seus efeitos, sua definição circunda os arredores do senso comum, explicitando nossa familiaridade com o termo, mas, o que de fato é o estresse? Já paramos para pensar em sua extensão? Essa é a reflexão proposta no artigo de hoje.
A palavra tem sua origem no inglês “stress” e foi inicialmente usada na física para traduzir o “grau de deformidade sofrido por um material quando submetido a um esforço e tensão”. Posteriormente o termo migrou às áreas de medicina e biologia tendo o significado de “esforço de adaptação do organismo para enfrentar situações que considere ameaçadoras a sua vida e equilibrio interno”.
A definição que vamos adotar descreve o estresse como “desequilíbrio físico, mental e psíquico”, no entanto, as demais definições apenas acrescentam informações de outros setores ao mesmo fenômeno.
Por ser uma reação integral do ser humano, é também fisiológica e importantíssima nos termos de evolução das espécies. Se não fosse pelo estresse não haveria ser humano, ou mesmo qualquer outra criatura neste planeta, pois ele fez com que o corpo e mente dos seres vivos se preparassem para a luta ou para a fuga.
O estresse pode ter duas fontes principais: a interna e a externa. As fontes internas de estresse estão diretamente relacionadas com a personalidade e modo de ser do indivíduo, ou seja, como ele percebe e interpreta o mundo, como ele reage a vida. Inclusos nesse fator estão: a ansiedade, o pessimismo, os pensamentos disfuncionais, o padrão de comportamentos de pressa, a competição, a falta de assertividade, entre outros.
Os estressores externos podem estar relacionados com as exigências do dia-a-dia do indivíduo como os problemas de trabalho, familiares, sociais, morte ou doenças de um filho, perda de uma posição na empresa, não concessão de um objetivo de trabalho, perda de dinheiro ou dificuldades econômicas, notícias ameaçadoras, assaltos e violências das grandes cidades, entre outros.
Apesar de seu valor evolutivo ser positivo, o estresse, se contínuo, é chamado de estresse crônico e pode trazer muitas consequências a saúde do indivíduo. Altos níveis de stress crônico são percebidas pelas licenças médicas e absenteísmo, queda de produtividade, desmotivação, irritação, impaciência, dificuldades interpessoais, relações afetivas conturbadas, divórcios, doenças físicas variadas, depressão, ansiedade e infelicidade na esfera pessoal. No âmbito do trabalho, as consequências do stress podem incluir depressão, falta de ânimo, falta de envolvimento com o trabalho e a organização, faltas e atrasos frequentes, excesso de visitas ao ambulatório médico e farmacodependência.
Apesar do estresse advir de várias fontes, a probabilidade do trabalho ser seu maior causador é grande (pois passamos a maior parte do dia trabalhando). As pesquisas que correlacionam gênero aos estudos de estresse constataram que mulheres têm níveis maiores de estresse devido à jornada dupla ou tripla (trabalho, filhos, casa).
O que fazer então para combater o estresse e manter uma maior qualidade de vida?
A redução do estresse envolve vários aspectos e nenhum deles pode ser deixado de lado para garantir que os resultados sejam satisfatórios. Os fatores para redução de estresse são: alimentação, relaxamento, exercício físico, estabilidade emocional e qualidade de vida.
Às vezes, compartilhar os problemas com um parente ou com um amigo já ajuda, outras vezes um novo hobbie, exercício físico. No entanto, quando não é suficiente uma outra opção é procurar ajuda de um psicólogo, um profissional com escuta qualificada que saberá te orientar da melhor forma.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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