A depressão, na atualidade, é tida como “a doença do século”. Estima-se que, globalmente, 300 milhões de pessoas sofrem de depressão, tornando a doença uma questão prioritária de saúde pública. Segundo um levantamento feito pela OMS, a depressão é considerada a primeira causa de incapacidade entre todos os problemas de saúde.
A depressão geralmente vem associada com experiências de perda, seja objetiva, como um ente querido, moradia, emprego, ou uma perda simbólica subjetiva. O sentimento de culpa é muito presente em um deprimido, acompanhado de uma baixa estima e desvalorização de si mesmo.
Por mais que o senso comum pense que a depressão está relacionada somente a uma tristeza profunda, os dados mostram que muitas vezes, esta promove uma apatia, ou seja, a pessoa não consegue sentir.
O prazer em atividades que a pessoa costumava gostar muito desaparece, há uma redução do interesse pelo ambiente, fazendo uma pessoa deprimida muitas vezes negligenciar atividades sociais; fadiga ou sensação de perda de energia, mesmo que não se movimente muito a pessoa se sente cansada, lentificando tarefas cotidianas. Há uma lentificação também da capacidade de pensar, se concentrar e tomar decisões, decaindo assim rendimentos no trabalho, escolares e etc.
Existem além dos sintomas psíquicos, os sintomas fisiológicos e comportamentais de uma pessoa deprimida, que consistem em: alterações do sono (dorme demais ou não consegue dormir), alterações no apetite ( come muito ou come pouco), falta de interesse sexual, crise de choro, retardo psicomotor, comportamento suicida e retraimento social.
Qual o melhor modo de tratamento para essa doença que atinge cada vez mais pessoas?
A ideia de tratamento mais bem aceita seria a combinação da psicoterapia com a intervenção medicamentosa, porém há divergência de opiniões neste meio. Uma pesquisa feita nos EUA contra argumenta que somente a psicoterapia teria um efeito tão efetivo quanto medicação. Nos EUA, foi levantada a hipóteses de que a medicação é mais utilizada por efeitos mais rápidos e também pelos planos de saúde cobrirem intervenções médicas em 80% e intervenções psicológicas somente em 50%. Fazendo-nos pensar na valorização da medicina acima das outras especialidades.
Cabe a cada profissional avaliar o caso individualmente e decidir se o caso necessita ou não de medicação, caso precise, seria ideal um trabalho em conjunto do psicólogo e do psiquiatra, para que o tratamento ocorra de forma fluida e congruente.
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
ESTEVES, Fernanda Cavalcante; GALVAN, Alda Luiza. Depressão numa contextualização contemporânea. Aletheia, Canoas , n. 24, p. 127-135, dez. 2006 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-03942006000300012&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 14 jan. 2019.
CAVALCANTE, Simone Neno. Notas sobre o fenômeno depressão a partir de uma perspectiva analítico-comportamental. Psicol. cienc. prof., Brasília , v. 17, n. 2, p. 2-12, 1997 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98931997000200002&lng=en&nrm=iso>. access on 14 Jan. 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S1414-98931997000200002.
SANTOS, Marcelo Justus dos; KASSOUF, Ana Lúcia. Uma investigação dos determinantes socioeconômicos da depressão mental no Brasil com ênfase nos efeitos da educação. Econ. Apl., Ribeirão Preto , v. 11, n. 1, p. 5-26, Mar. 2007 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-80502007000100001&lng=en&nrm=iso>. access on 14 Jan. 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-80502007000100001.
DEL PORTO, José Alberto. Conceito e diagnóstico. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo , v. 21, supl. 1, p. 06-11, May 1999 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44461999000500003&lng=en&nrm=iso>. access on 14 Jan. 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44461999000500003.