
Por Camila Mazzanti
Muitos dos leitores já devem ter ouvido associações de que fazer terapia é algo necessário somente para pessoas “loucas” ou com algum tipo de problema e por muito tempo era nessa afirmação que as pessoas acreditavam. Felizmente, esse tipo de crença está caindo em desuso e a psicoterapia vem conseguido mostrar seu potencial curativo.
O artigo de hoje tem a intenção de desmistificar ainda mais e oferecer informações pontuais sobre a psicoterapia, de maneira que o leitor possa entender seus propósitos, funções, abordagens e suas especificidades.
O que é então a psicoterapia? Originalmente, a psicoterapia era uma técnica de cura através da conversa. Paciente e terapeuta, ambos protegidos por um setting clínico e uma relação vincular estabelecida, juntos trazem a tona questões do paciente que são trabalhadas e elaboradas. O setting clínico é um ambiente protegido, geralmente uma sala, onde ao entrar o paciente sabe que seu sigilo será garantido e durante a sessão ele poderá abordar suas questões mais difíceis sem nenhum tipo de julgamento. O vínculo entre o terapeuta e o paciente-cliente é essencial e é o método através do qual o terapeuta consegue exercer seu trabalho, pois o vínculo é uma relação de confiança que faz o paciente se sentir confortável em compartilhar suas vulnerabilidades.
A psicoterapia acompanha problemas psíquicos e do cotidiano, porém, além disso pode ser forte aliada para pessoas que desejam uma compreensão diferenciada de si e do mundo, portanto o estigma que a psicoterapia é apenas para pessoas com problemas de toda ordem é falso. Considerem o seguinte exemplo, a maioria das pessoas que têm acesso a saúde passam por consultas de rotina com médicos e fazem o “check up” anual para ver se está tudo bem e se algo precisa de mais atenção. A pessoa não está doente, mas o acompanhamento médico serve como uma prevenção de futuras doenças e implica em autocuidado. A psicoterapia pode funcionar da mesma forma, só que esse autocuidado, ao invés de ser voltado para o corpo, é voltado para questões de saúde psíquica e emocional. Agora pensem, por quê é tão mais fácil para a maioria das pessoas dar mais importância a questões externas e não as de ordem interna?
Hoje temos inúmeras abordagens e jeitos diversos de psicoterapia que divergem muito entre si. Existe psicoterapia de grupo, infantil, de casal e muitas outras. Há tipos que focam mais em uma abordagem breve de curta duração para questões mais pontuais (que são geralmente os tipos oferecidos em instituições de saúde, por causa da enorme demanda), há tipos que não se preocupam em determinar uma duração e enfim, há uma imensidão de possibilidades que funcionam em diferentes contextos.